História do município
Quem hoje contempla a vista de POLIS do alto do Morro do Pica-pau pode ficar abismado que aquela pacata cidade tenha se transformado nesse turbilhão de luzes e ruídos vespertinos.
Era o final do século XVIII, após as longas e bravas incursões bandeirantes no território de São Paulo, região sudeste do Brasil, que tiveram como aclamado o capitão-mor Amador Bueno, que surgiu POLIS.
Sua origem foi às margens do Ribeirão Mandacaru, onde surgiu, timidamente, o povoado como reflexo da mestiçagem entre índios, portugueses, espanhóis e bandeirantes, além de migrantes de Minas Gerais, em torno do que seria a praça da matriz.
No início da constituição da cidade, era possível vislumbrar os limites citadinos do coreto da praça. Avistava-se imponente diante dela a Igreja Nossa Senhora Aparecida, que desde o início apadrinhou bandeirantes e índios na região, irmanando as diferentes culturas. À direita da igreja ergueu-se o Centro Administrativo, que mais tarde, em meados do século XIX, transformou-se em ajuntamento e, no século XX, em Prefeitura Municipal.
Fora ali, naquela construção um tanto barroca, que o capitão-mor Amador Bueno, seu primeiro comandante, cunhou as iniciativas de organização urbana, transformando o povoado em vilarejo, e de vila a povoado e cidade em 30 anos de administração. Homem de grande liderança, o capitão Bueno, como o chamavam, foi o mentor de políticas econômicas e migratórias, acolhendo os que chegavam com apoio do cura Mariano Bergamo, italiano de nascença. Em 30 anos de existência, a população de POLIS triplicou.
À esquerda do coreto, do outro lado da rua, situava-se o mercadão. Era ali que inicialmente os fazendeiros da região negociavam negros e índios trabalhadores nas lavouras de café, que evoluiu com a cidade e passou a ser chamado de Mercado Municipal e, com o advento do desenvolvimento, Centro Comercial, e hoje Shopping & Business Bueno, uma homenagem do grupo empreendedor ao Capitão.
O ciclo do café foi rentoso para a região, e a chegada da embarcação do capitão grego Calliopi Séferis, escoando a produção pelas águas do Ribeirão Mandacaru, perpetrou o crescimento a olhos vistos; e, apesar de expressivos desastres naturais que ocorrem na zona tropical na qual a cidade se incrusta, o povoado cresceu e tornou-se uma importante cidade interiorana.
A intensa atividade de comércio estabelecida pelo capitão Séferis favoreceu a vinda de diversas famílias do sul da Europa, particularmente gregas e turcas. A imigração grega para o povoado de Mandacaru foi bastante expressiva. Essas famílias, diferentemente do ocorrido com outros vilarejos da região, trouxeram forte tradição política e educacional, voltada à formação da cidade e dos cidadãos. Essa influência promoveu repercussões na prática política do município, influenciando a mudança de nome do povoado de Mandacaru para POLIS. Os nomes de vários estabelecimentos de saúde e de educação, inclusive de uma parte dos moradores de POLIS, revelam essa influência e ascendência de famílias gregas, vindas pelo Mar Egeu, braço do Mar Mediterrâneo, localizado entre a Grécia e a Turquia. Por outro lado, os nomes dos acidentes geográficos, rios, animais e de alguns hábitos, herdados dos habitantes primitivos dessa região, mantiveram parte da cultura indígena nativa.
POLIS localiza-se a 130 km da capital de São Paulo e tem a BR-101 como principal via de acesso. Além de encontrar em Santos a principal parceira de escoamento de seus produtos, a cidade possui no setor industrial sua principal fonte de subsistência.
O acesso rodoviário é realizado por uma estrada estadual que, ao longo do tempo, foi incorporada como alternativa no sistema viário da cidade, trazendo risco de acidentes para a população local e viajantes. Hoje, a área física da cidade supera os limites entre o Ribeirão Mandacaru e o Ribeirão das Águas Claras, comportando o crescimento desenfreado e a típica composição urbana brasileira de centros abastados e periferias menos favorecidas, o que chamam de cinturão em desenvolvimento.
Acompanhando o desenvolvimento citadino característico do Brasil, foi depois da Segunda Guerra Mundial que POLIS assentiu o desenvolvimento de sua indústria como principal fonte de crescimento do PIB, não abandonando a característica inicial da lavoura e da pecuária, mas incorporando o setor industrial como fundamental no seu desenvolvimento. Foi no início da década de 1970 que esse processo solidificou-se, tendo como exemplo o crescimento populacional, que era de 375.864 habitantes; e, já no final da mesma década, esse número praticamente dobrou. Atualmente, POLIS é o 3º município mais populoso do Estado e o 20º do Brasil. Com uma taxa de crescimento anual de 1,2%, a população foi estimada, em 2016, em 1.250 milhão de habitantes. Sua região metropolitana é composta de 19 municípios, que totalizam uma população estimada de 3.076.000 habitantes, para o mesmo ano. O atual prefeito tem nas áreas da Educação e da Saúde sua principal fonte de preocupação e, portanto, prioridade de investimento.
A história da estrutura de saúde constituída em POLIS decorre e funde-se com a História da Saúde do Brasil. Como nos primórdios da ciência de Hipócrates, o território de POLIS fora povoado também de curandeiros, benzedeiros, pajés, parteiras e charlatães, e ainda cirurgiões-barbeiros que tratavam de apaziguar as mazelas de saúde de sua população migratória ou imigratória, curando com chás e ervas as doenças recorrentes do nomadismo civilizatório, como escorbuto, e que ainda se utilizavam em grande escala no século XVIII, como a Triaga Brasílica, medicamento produzido originariamente pelos jesuítas da Bahia com extratos de plantas de nossa flora e com ampla utilização em diversas doenças.
À época do surgimento de POLIS, o Brasil já se organizava politicamente menos como Colônia e mais como República, pois já contava com três escolas de Medicina e Cirurgia em seu território que se ocupavam do desenvolvimento de estudo das chamadas doenças tropicais.
Eram elas a Escola de Cirurgia do Brasil, criada em Salvador em 1808; a Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia, localizada no Hospital Militar do Morro do Castelo, no Rio de Janeiro, e a Faculdade de Medicina do Rio Grande do Sul.
Assim como o desenvolvimento de POLIS, a primeira Constituição Republicana Brasileira foi promulgada em fevereiro de 1891. Foi inspirada no modelo norteamericano, consagrando a República Federativa Liberal. Os estados, outrora denominados províncias, ficavam autorizados ao exercício de diversas funções, como as de organizar forças militares próprias ou contrair empréstimos no exterior. A organização e o custeio dos serviços de saúde estavam a cargo dos estados, pelo princípio da autonomia que a Constituição preconizava.
Alguns estados, como São Paulo, organizaram em seus regulamentos a divisão de tarefas entre o que pertencia ao estado e o que pertencia aos municípios, como o saneamento básico, o policiamento sanitário das habitações, a fiscalização das fábricas e outros estabelecimentos, da alimentação, da vacinação e assistência pública aos indigentes. Ao Estado coube a organização e intervenção em relação a epidemias e a supervisão dos serviços conferidos aos municípios. Essa época revolucionou a História da Saúde do Brasil, com o trabalho dos sanitaristas Oswaldo Cruz e Carlos Chagas, os quais, segundo alguns historiadores, foram os precursores de uma História de Saúde genuinamente científica e brasileira.
A liberdade e a responsabilidade garantidas pela Constituição de 1988 no que diz respeito à Saúde reforçaram a necessidade de uma estrutura de atenção em saúde mais sólida e abrangente para o município. POLIS qualificou a estrutura médico-hospitalar na área de urgência, e emergência, e internação, com expansão dos leitos de terapia intensiva e hospitalares. Passou a investir em sua estrutura própria de saúde
Foi assim que surgiu, entre outras, a política de criação e consolidação da rede hospitalar de POLIS, hoje constituída de 5 principais hospitais. O primeiro Hospital de POLIS data de 1886 com a fundação da Santa Casa; em 1905 surgiu para atender os imigrantes advindos da primeira corrente imigratória, um esforço liderado por Angelos Séferis, primeiro médico estrangeiro a formar-se no Brasil, acompanhado de muitos médicos diplomados em seus países de origem e que impulsionaram os cuidados de saúde na região de POLIS. Delphos foi, por muito tempo, o único hospital do município; porém, após o movimento de industrialização do século XX, surgiram os Hospitais Universitários Estagira, como hospital-escola da Universidade Federal de POLIS, em 1960, e Abdera, em 1975, ambos provindos de autarquias públicas e motivados pela crescente expansão da educação no país e da necessidade de cuidados da população. O Hospital Éfeso surgiu da expansão de um centro clínico de médicos formados na região e, após passar por sérios problemas financeiros, foi arrendado pela operadora Biomed em 2007.
Ainda da ordem de organização de saúde, com base nas políticas públicas de saúde e na consolidação do SUS e da rede de atenção primária, POLIS dividiu-se em cinco distritos de saúde, cada um com microterritórios definidos na busca por uma política igualitária e eficiente no que diz respeito à qualidade de vida da sua população.
A autonomia municipal, garantida por lei, permitiu que as políticas de educação também se consolidassem. Apesar de ser responsável pelo ensino Básico, o município conta com três universidades e uma faculdade. A Universidade Federal de POLIS, UFPOL, data de 1960 e é a mais antiga do município. Surgiu pela necessidade das carreiras da Saúde e do Direito. A Universidade Filantrópica, UNIFIPO, foi criada em 1978, no final do período ditatorial brasileiro, e início da abertura da valorização da educação para todos. Com 24 anos de fundação, surgida em 1992, a UNIPOLIS é privada e tem investido ultimamente na abertura de cursos na área da Saúde. A instituição de educação mais jovem é a FIS – Faculdades Integradas de Saúde, surgida em 2005 e ainda em expansão na busca pelo título de universidade, tão logo preencha os requisitos exigidos pelo Ministério da Educação
A história de POLIS acompanha a história da constituição civilizatória do Brasil. Conheça mais sobre o município e faça parte dessa história!