Distritos de Saúde

Polis está organizada em cinco distritos sanitários: centro, norte, sul, leste e oeste. Esses distritos foram delimitados a partir de um processo de territorialização, coordenado pela superintendência de atenção à saúde. Esse trabalho foi realizado em parceria pelas coordenações e equipes da atenção básica atenção especializada ambulatorial e atenção hospitalar. Foram levados em consideração aspectos geográficos, demográficos, epidemiológicos e socioculturais, sendo utilizadas diversas fontes de dados. As informações foram trianguladas no sentido de uma maior validação na definição dos territórios e populações adscritas. Os nomes das unidades e equipes foram definidos a partir do resgate das narrativas e lembranças dos ancentrais dos primeiros moradores de polis.

Distrito Centro

O distrito de saúde Centro conta com as principais instituições de Atenção Terciária de POLIS: o Hospital Éfeso, o Hospital Abdera e o Hospital Delphos. A região é a 2ª mais populosa de POLIS, com 282.663 moradores. O crescimento desorganizado e a falta de planejamento geraram diversos problemas de infraestrutura urbana que vêm sendo sanados por diversas gestões. Em relação ao saneamento básico, 95% da população distrital têm acesso a água tratada e possuem coleta esgoto sanitário, já a coleta de resíduos sólidos atinge 84% da população.

O número de nascimentos no distrito Centro segue com um crescimento acentuado. As consultas de pré-natal têm um percentual de 73% de nascidos vivos cujas mães fizeram ao menos 7 consultas pré-natal. A porcentagem de mães adolescentes segue aumentando desde 2011, naquele ano era de 13,21%, em 2012 subiu para 13,49% e em 2013 chegou a 13,98%. O percentual de cesáreas no distrito é de 62,4%.

As mortalidades maternas e infantis apresentam tendência de queda nos últimos anos. Em relação aos óbitos de crianças menores de um ano, em 2014 a proporção era de 15,48, em 2013 é de 6,85. Já a proporção de óbitos femininos por causas maternas era de 20,06 em 2012 e caiu para 8,56 em 2014.

A principal causa de óbitos são as doenças relacionadas ao aparelho circulatório, representando 33% das mortes registradas em 2014, em segundo lugar estão as neoplasias com 16,3% dos óbitos e em terceiro as doenças relacionadas ao sistema respiratório que representa 11,4%.

A atenção básica no distrito é composta por 15 UBS e apenas uma delas conta com 3 equipes de Saúde da Família. Os demais serviços da Rede de Atenção à Saúde no distrito são:

• 02 Unidades de Pronto-Atendimento;
• Um serviço de transporte agendado de pacientes;
• Uma policlínica de especialidades e um Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, ligados à Secretaria Municipal de Saúde;
• Um CAPS tipo III;
• Um Centro de Especialidades Odontológicas;
• 03 laboratórios privados de análises clínicas, 2 destes contratados pelo SUS, além de 1 laboratório da Secretaria Municipal de Saúde;
• Uma unidade de coleta e transfusão de sangue;
• Uma farmácia popular;
• Um hospital geral com unidade de urgência e emergência; um hospital universitário com contrato de gestão que não possui unidade de urgência e emergência, integrante da Rede Sentinela; cinco hospitais gerais e especializados, incluindo de câncer, saúde mental, pediatria, oftalmologia, otorrinolaringologia, entre outros, com serviços de atenção ambulatorial especializada contratada; um hospital maternidade;
• Um laboratório regional de Saúde Pública ligado à Secretaria Estadual de Saúde;
• Um ambulatório de especialidades médicas e um serviço de cirurgia ambulatorial do Consórcio Intermunicipal de Saúde;
• Uma unidade de terapia renal substitutiva privada, contratada pelo SUS;
• 03 ambulatórios de especialidades médicas privados, contratados pelo SUS;
• 06 clínicas de fisioterapia privadas, 05 destas contratadas pelo SUS;
• 03 centros de imagens privados, dois destes contratados pelo SUS;
• 03 agências transfusionais privadas, duas destas contratadas pelo SUS;
• Um serviço privado de home care;
• Um serviço privado de hemoterapia.

A gestão de saúde desvinculada da análise de situação e sem articulação intra e intersetorial, gera nos morados do distrito o sentimento de desassistência à saúde, a desarticulação entre os níveis de atenção e a fragilidade do trabalho em equipes multiprofissionais também comprometem a integralidade e a interdisciplinaridade no cuidado em saúde. No Conselho Municipal as reclamações sobre a falta de atenção aos usuários do SUS, sua reduzida participação no processo de cuidado à saúde, a fragmentação do trabalho pelos profissionais, os custos crescentes e erros frequentes, assim como a qualidade incipiente do cuidado, são constantes. O modelo de atenção vigente no distrito baseia-se nas demandas espontâneas e na atenção hospitalar, caracterizando-se por excessiva medicalização e consumo elevado de procedimentos médico-assistenciais. O planejamento estratégico da vigilância em saúde é insuficiente e o monitoramento e avaliação de ações de saúde refletem na parca gestão baseada em evidências epidemiológicas.

No distrito Centro a rede de ensino na área da saúde associa-se a dois hospitais, promovendo a inserção dos alunos no atendimento em Atenção Secundária e Terciária. Entretanto, o modelo distrital de atenção à saúde, não organizado em redes de atenção e orientado principalmente pela demanda espontânea, dificulta avanços na perspectiva de construção de uma clínica ampliada e restringe o cuidado prestado somente à dimensão biológica do processo saúde-doença, com baixo uso de dispositivos e ferramentas da gestão da clínica voltadas à melhoria da efetividade, eficiência, eficácia, resolutividade, qualidade e segurança do cuidado. Além disso, principalmente no Hospital Éfeso, é frequente a propaganda laboratorial farmacêutica como meio de promoção de medicamentos, o que gera a indicação de consumo desordenada e não relacionada com a necessidade do paciente, o que enfraquece a relação da elaboração de planos de cuidado baseada na relação ensino-aprendizagem e teoria-prática por parte dos profissionais. Somado a esse fato, as equipes de saúde são formadas há mais de uma década e, desde então, raras foram as vezes que os profissionais da Atenção Primária tiveram acesso a dispositivos de formação e educação permanente.

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