Urgência e Emergência
O acesso aos serviços de urgência/emergência ocorre pela procura direta, nas unidades de pronto atendimento e pronto socorro, além da regulação realizada pelo serviço de atendimento móvel de urgência - SAMU. As unidades públicas de pronto atendimento e pronto socorro dos hospitais tem porta aberta para procura direta na urgência, mas o Hospital Universitário, periodicamente, restringe a demanda espontânea para o pronto socorro. Segundo informações do Coordenador do PS do Hospital Universitário, a maioria dos pacientes que procuram atendimento é classificada como sendo de baixo risco, e pacientes justificam a procura porque há recusa dos profissionais da atenção básica em atender casos fora do agendamento.
O coordenador do complexo regulador do município informou que há uma insuficiência de leitos de terapia intensiva e de serviços de alta densidade tecnológica, o que faz com que os pacientes aguardem regulação por dias nas unidades de pronto atendimento, muitos deles não conseguem os recursos necessários. Ainda segundo dados do complexo regulador, o sistema de transplante tem um dos piores índices do país na captação de órgãos. Há uma migração de pacientes não regulados para POLIS por causa da deficiência assistencial dos municípios do entorno, inclusive com casas de apoio para abrigo destes pacientes e familiares durante o tratamento.
A comissão de acompanhamento da contratualização do Hospital Abdera tem identificado dificuldades decorrentes da organização da rede de atenção como causa desses problemas, mas também aponta problemas internos do hospital que se refletem na rede, como a falta de resolubilidade do PS, tempo de permanência elevado decorrente de retenção de leitos por “motivos acadêmicos” e ineficiência de setores internos em finais de semana e horários noturnos.
As unidades privadas conveniadas/contratadas não tem porta aberta para urgência, só aceitando pacientes encaminhados pela regulação do SAMU e pela central de regulação da secretaria estadual de saúde. Apesar de trabalhar com o conceito de vaga zero, as centrais de regulação convivem cotidianamente com a recusa de pacientes, sob o argumento de superlotação.