Distritos de Saúde
Polis está organizada em cinco distritos sanitários: centro, norte, sul, leste e oeste. Esses distritos foram delimitados a partir de um processo de territorialização, coordenado pela superintendência de atenção à saúde. Esse trabalho foi realizado em parceria pelas coordenações e equipes da atenção básica atenção especializada ambulatorial e atenção hospitalar. Foram levados em consideração aspectos geográficos, demográficos, epidemiológicos e socioculturais, sendo utilizadas diversas fontes de dados. As informações foram trianguladas no sentido de uma maior validação na definição dos territórios e populações adscritas. Os nomes das unidades e equipes foram definidos a partir do resgate das narrativas e lembranças dos ancentrais dos primeiros moradores de polis.
Distrito Leste
O distrito de saúde da região Leste tem os melhores indicadores de Condições de Vida. Em relação ao saneamento básico, 98% da população é servida com água tratada. A coleta de esgoto sanitário atinge 95% dos moradores e o sistema de coleta de resíduos sólidos atinge 97% dessa população. A população estimada para 2015 foi de 348.580 habitantes, sendo 52% do sexo feminino.
O distrito de saúde Leste tem o menor percentual de mães adolescentes do município 0,65%. O índice de mortalidade materna está em queda, de 61 casos para cada 100 mil nascidos vivos em 2002, reduziu para 37 casos em 2014. A taxa de partos cesáreos ultrapassa a de partos normais, em 2014 foram 2.629 partos normais (38%) e 4.289 cesarianas (62%). O acompanhamento no programa pré-natal foi realizado por 91,4% das gestantes, em sua maioria (71,7%) iniciaram o acompanhamento no primeiro trimestre de gestação.
As causas de óbito no distrito Leste de POLIS em 2014 estão relacionadas às doenças do aparelho circulatório, responsáveis por 29,2% do total das mortes, seguido pelas neoplasias (21,1%) e causas externas (13,6%).
O Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) para 2014 foi de 10,67 óbitos por 1000 nascidos vivos no distrito. Em 1990, esse valor era de 22,62 óbitos infantis por 1000 nascidos vivos, uma redução de 61,1% para o período. Nos últimos 10 anos o CMI do Leste tem apresentado valores entre 10 e 14 óbitos por cada grupo de 1000 nascidos vivos, sendo que em 2004 registrou-se o menor valor para o município, que foi de 8,97/1000 NV.
As causas de óbito das crianças menores de 1 ano são as afecções do período perinatal, responsáveis por 56,7% (38 casos) do total de óbitos, as malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas, segunda causa mais frequente com 28,4% (19 casos), e as mortes por causas externas, responsáveis por 6 óbitos (9,0%). As doenças do aparelho respiratório e digestivo corresponderam a 3,0%, mesmo percentual obtido pelas demais causas.
O distrito tem apenas duas de suas 20 Unidades de Saúde com equipes da Estratégia de Saúde da Família e, a cobertura da área adscrita alcança 85% dos residentes. Assim como nas demais UBS do município, as 6 equipes ESF contam com o apoio das equipes NASF, no arranjo organizacional matricial que se estrutura o cuidado no município. Os demais serviços da Rede Atenção à Saúde no distrito são:
• Na rede hospitalar além do Hospital Universitário Estagira, há no distrito dois hospitais gerais com unidade de urgência e emergência, um sob gestão da Secretaria Municipal de Saúde e outro vinculado à Secretaria Estadual de Saúde; um hospital da operadora de plano de saúde com clínicas e consultórios médicos; cinco hospitais gerais e especializados, incluindo de câncer, saúde mental, pediatria, oftalmologia, otorrinolaringologia, entre outros, com serviços de atenção ambulatorial especializada contratada;
• Uma central de regulação do serviço móvel de urgência – SAMU e um serviço de transporte de pacientes da rede de urgência do estado;
• 1 farmácia popular;
• 1 policlínica de especialidade e 2 ambulatórios de especialidades médicas;
• Um CAPS ad e uma CAPS tipo III;
• O núcleo de avaliação, controle e auditoria e a unidade de acondicionamento e armazenamento de medicamentos e insumos da Secretaria Municipal de Saúde;
• Serviços na área renal: 1 hemocentro vinculado ao hospital universitário; 1 unidade de coleta e transfusão de sangue da Secretaria Municipal de Saúde; 1 unidade de terapia renal substitutiva;
• 3 agências transfusionais privadas, 1 destas contratada pelo SUS;
• 6 clínicas de fisioterapia privadas, três delas contratadas pelo SUS;
• 4 laboratórios privados de análises clínicas, 3 destes contratados pelo SUS;
• 5 centros de imagens privados, 2 destes contratados pelo SUS;
• 1 serviço privado de home care.
O distrito Leste possui um Conselho Local de Saúde muito atuante frente aos processos de gestão e regulação na área. A falta de profissionais especialistas em Saúde Coletiva é uma das reinvindicações do Conselho. A Ouvidoria relata reclamações referentes a falta de atendimentos na atenção primária, demora no agendamento de consultas com especialistas e dificuldade no controle dos encaminhamentos para atendimentos secundários e terciários. Além disso, os usuários buscam a instância hospitalar para todo e qualquer problema de saúde que se lhes ocorra, o que onera o sistema terciário e superlota desnecessariamente a emergência da Santa Casa de POLIS. Tal fenômeno, muito comum nas cidades brasileiras, tem como efeito o consumo crescente de procedimentos e a excessiva medicalização, o que confere cada vez mais a baixa autonomia do usuário para ações como o autocuidado e a busca da qualidade de vida por meio da saúde, gerando a fragmentação dos saberes versus as práticas de saúde. Seria apropriado que a administração de saúde de POLIS pudesse se preocupar com a realidade da relação entre o usuário e o sistema de saúde a partir de ações de promoção da integralidade do cuidado, que estivessem conectadas com a utilização das evidências para uso na gestão.
Apesar de possuir em seu território a Universidade Federal de POLIS, é visível a desarticulação academia-serviços. A presença acadêmica no distrito Leste acontece somente no Hospital Universitário Estagira, já que a preceptoria de Atenção Básica dos universitários da UFPOL encontra-se em sua totalidade articulada no distrito Norte. Há, em POLIS, um descompasso entre os centros produtores de conhecimento a partir da pesquisa, os gestores de saúde e a organização do sistema de saúde.