Distritos de Saúde
Polis está organizada em cinco distritos sanitários: centro, norte, sul, leste e oeste. Esses distritos foram delimitados a partir de um processo de territorialização, coordenado pela superintendência de atenção à saúde. Esse trabalho foi realizado em parceria pelas coordenações e equipes da atenção básica atenção especializada ambulatorial e atenção hospitalar. Foram levados em consideração aspectos geográficos, demográficos, epidemiológicos e socioculturais, sendo utilizadas diversas fontes de dados. As informações foram trianguladas no sentido de uma maior validação na definição dos territórios e populações adscritas. Os nomes das unidades e equipes foram definidos a partir do resgate das narrativas e lembranças dos ancentrais dos primeiros moradores de polis.
Distrito Sul
O distrito Sul é o único de POLIS com redução no crescimento populacional nos últimos anos. A população atual no distrito é de 194.950 habitantes. A região sedia a lagoa de estabilização de tratamento de esgoto e foi a primeira a implementar o sistema de coleta de esgoto sanitário, tendo 98% do território inserido no sistema de coleta. A distribuição de água na região chega a 99% das residências e a coleta de resíduos sólidos tem um dos melhores percentuais de POLIS, 98%.
Apesar da diminuição no total populacional, o distrito Sul apresenta o maior percentual de crianças em POLIS. A porcentagem de mães adolescentes em 2014 é de 5,82. A mortalidade materna atingiu o percentual mais baixo em 2014, 19 para cada 100 mil nascidos vivos, já os óbitos em menores de um ano em 2014 alcançou 6,06 por mil nascidos vivos. O acompanhamento pré-natal no distrito, cujas mães fizeram pelo menos 7 consultas, é de 82,75%.
No distrito Sul tem como principal causa de óbitos as doenças do aparelho circulatório, com 26,86% das mortes, em segundo estão as neoplasias em 21,3% seguida pelas doenças do aparelho respiratório, com 16,2% dos óbitos informados.
O distrito Sul tem 8 Unidades Básicas de Saúde em seu território, 4 delas possuem equipes de saúde da família – ESF, são 3 equipes atuantes em cada unidade. As equipes articulam-se em um arranjo organizacional matricial à equipe do NASF, compartilhando e apoiando as práticas em saúde no território. No distrito Sul também encontram-se outros serviços, como:
• 2 Unidades de Pronto Atendimento;
• Uma policlínica de especialidades;
• Um CAPS infantil;
• Uma unidade de coleta e transfusão de sangue;
• Uma farmácia popular;
• Um hospital geral e um hospital privado especializado;
• Uma unidade de terapia renal substitutiva;
• 04 clínicas privadas de fisioterapia, duas destas contratadas pelo SUS;
• 02 agências transfusionais privadas, uma destas contratadas pelo SUS;
• Um laboratório privado de análises clínicas;
• Um centro de imagens; e
• Duas casas de apoio para saúde mental.
O Conselho local de saúde no distrito Sul elegeu a nova equipe há apenas 2 meses. A nova equipe optou por reunir-se quinzenalmente nos primeiros 6 meses para analisar os resultados do último Relatório de Gestão, bem como o orçamento previsto. A gestão no distrito conhecida por ser pouco transparente e sistemática, não articula-se com especialistas externos, atuando com elevado grau de empirismo no processo decisório em saúde, influenciado principalmente pelas demandas emergenciais. O sistema de ouvidoria local foi encerrado devido à falta de pagamentos aos funcionários terceirizados e, as demandas da população estão sendo direcionadas diretamente ao Conselho Municipal de Saúde. Um dos pontos nevrálgicos da ineficiência da gestão em saúde é demonstrado pela forma como a região Sul de POLIS se organiza. Percebe-se nos relatórios de gestão o registro de erros frequentes nas práticas e a pouca usabilidade dos dispositivos de ferramentas da gestão da clínica. Talvez esse diagnóstico faz-se presente devido a uma gestão pública da saúde voluntarista e com baixo grau de profissionalização. Uma das alternativas para a solução seria aumentar a participação social no processo de gestão e entender o usuário como sujeito no processo de cuidado a saúde, o que dificulta avanços na perspectiva de construção de uma clínica ampliada.
O distrito Sul está integrado à rede de ensino em saúde em POLIS, como campo de preceptoria na área de Atenção Básica para os universitários da UNIFIPO. São quatro Unidades Básicas de Saúde que recebem os estudantes, integrados à Estratégia Saúde da Família e aos profissionais do NASF. Por outro lado, nas UBSs, há um modelo de atenção à saúde orientado para o atendimento à demanda espontânea, permeado por práticas hierárquicas e com estrutura piramidal que dificulta muitas iniciativas, próprio dos processos de gestão tradicionais e pouco permeáveis. Muitas vezes, a forma encontrada para driblar tal cenário é a criação de algumas iniciativas pontuais de integração envolvendo ações, serviços e equipes, que nem sempre tornam-se efetivas por conta de demanda financeira.